Finalmente parece que começo a ouvir mais vozes a juntarem-se e a defender uma revolução na nossa educação. Finalmente estamos a começar a acordar. Por um lado fico muito contente, por ver que este sistema vai inevitavelmente acabar e por outro fico triste por nao ir conseguir experienciar em primeira mão o sistema que aívem. Por isso mesmo, escrevo este post, para aqueles que ainda cá estão e que vão ter de passar pelo mesmo sistema que tantos já passaram.
Não se deixem abater pelas horas infindáveis que passamos a ler e a reproduzir informação. Mostrem que não somos apenas gravadores. Somos criativos. Todos queremos mudar e inovar. Todos nós. Mas em certa altura do caminho, esquecemo-nos. Ou porque ficamos atolados em tudo aquilo que temos para estudar, ou porque ficamos com a ideia de que as nossas ideias não são boas o suficiente. Acabamos por pô-las de lado a achar que talvez um dia mais tarde possamos voltar a sonhar. Mas não podemos fazer isto. Não nos podemos esquecer de que a única coisa que nos diferencia são as nossas ideias, os nossos sonhos e projetos. Sem isso, somos exatamente aquilo que este sistema cria. Mais um, igual a muitos outros que por aqui já passaram. Por isso não parem. Não se limitem a ler e a reproduzir o que outros fizeram e comecem a pensar como querem deixar a vossa marca. Se este sistema não nos incentiva a ser diferentes, resta-nos a nós lembrarmo-nos de que o somos.
Foi difícil começar a escrever e conseguir parecer natural. Reescrevi este post uma infinidade de vezes mas só agora é que consegui não parecer uma espécie de manual de instruções de uma máquina de calcular. Sei que num primeiro post se deve explicar o propósito do blog, por outro lado, o título fala por si.
Bem, a mente... todos temos uma. Ou pelo menos é o que se diz por aí. Mas saber usá-la é um mistério que nos ilude há já muito tempo. Uns, acham que a mente é uma espécie de despensa para armazenar conteúdos como se nos estivéssemos a preparar para um inverno muito rigoroso: pensam ser os maiores pensadores do século por serem as únicas pessoas a saber a que horas é que D. Afonso Henriques aliviava a bexiga.
Outros, não lhe ligam grande coisa, não entendem muito bem o que ela é e como acham que só serve para se recordarem de alguns comandos básicos de sobrevivência só a usam em casos de extrema necessidade. Outros ainda, procuram explorar ao máximo os meandros da mente porque acham que só raciocionando sobre quem são 24h por dia é que vão conseguir atingir a plenitude do conhecimento acerca da sua mente: o que acabam por descobrir é uma excelente maneira de acabar num hospício vestido com um casaco branco a berrar a um jarro de flores para sair da frente da janela.
Obviamente, no meio de todo este espectro, existe uma série de nós que tenta manusear a mente como se estivéssemos a fazer malabarismo com facas. De início temos medo de cometer um erro e acabar sem um braço, mas também nunca fomos ensinados a parar as facas em segurança e continuamos o malabarismo.
Dentro desta fração, alguns percebem que malabarismo com facas é uma atividade bastante perigosa e que até nem gostam assim tanto daquilo e começam por acreditar que é possível parar e mudar para outra coisa qualquer que não envolva atirar objetos perigosíssimos ao ar e apanhá-los com as mãos. Começam por isso por deixar cair a primeira faca e nada de mal parece acontecer. Deixam cair a segunda: Carmo ainda nao caiu. Deixam cair a terceira. A Trindade também nao caiu. Por fim, a quarta faca cai. E o Carmo e a Trindade não caíram e eles sentem-se livres, percebem que a mente serve para nos servir a nós e vão à sua vida enquanto os outros todos ficam a olhar para eles a tentar entender com é que aquilo é possível.
Eu não faço ideia onde estou neste espectro, neste momento, mas acredito que estou a começar a entender que posso largar as facas. Este espaço vai ser sobre este caminho, e como me parece que eu vou andar a fazer umas coisas engraçadas e a espetar facas em sitios que não devo, achei interessante escrever sobre isso para se rirem e aprenderem comigo.